Inevitáveis e Abençoadas Perdas Rm 8.37

Mensagem do dia 06/01/2019

Sabe de uma coisa que nos faz muito bem? Entender que as perdas fazem parte da vida. Refiro-me àquelas situações ruins do dia a dia, como estar preso na pista engarrafada enquanto a marginal flui que é uma beleza, ou escolher a fila do caixa de mercado que não anda enquanto as outras parecem ter atendentes mais eficientes, ou participar de algum tipo de processo seletivo e outra pessoa ser escolhida. Diante dessas perdas, em vez de ficar questionando “por que comigo?”, respirar fundo e concluir: “por que não comigo?”.

As dificuldades que vivemos e as eventuais perdas que se seguem, são ricas oportunidades que nos resgatam da ilusão de sermos o centro do mundo. Sim, porque todos nós paqueramos aquele engano de que existe uma redoma, uma bolha espiritual que nos protege e nos livra de todo o tipo de dificuldades. É uma ideia boa de se ouvir, mas é irreal pois foi o próprio Jesus que nos advertiu de que no mundo teríamos aflições. E é justamente esse sentimento equivocado que alimenta em nós a amargura, a decepção, a vingança, o mau-humor, a vida desgastada

Mas a questão aqui não é a apreciação da perda. Isso não seria nada saudável. É simplesmente reconhecer que ela é inevitável muitas vezes. Neste mundo desequilibrado pela presença do pecado, a mesma ladeira que é descida que facilita o caminho para uns é subida que dificulta para outros. Às vezes a gente ganha, às vezes a gente perde. Sendo assim, que nos sirva ao propósito de sermos mais humanos, mais simples e humildes. Que o impacto da perda nos abra os olhos para o PRÓXIMO não como um concorrente, mas como uma PESSOA que também sente, sofre, sonha, anseia e que só quer ser feliz. Saber assimilar as perdas faz parte de amar ao próximo.

Quando parte da guerra que lutamos é contra nosso próprio ego, precisamos entender que existe uma grande diferença entre perda e derrota. Enquanto a derrota não faz parte da vida do cristão, a perda muitas vezes atua como aliada que pavimenta o caminho da sua vitória, forjando uma essência mais humana, mais cristã, mais sensível e próxima de Deus e do próximo. Foi para essa vitória que Cristo se entregou na cruz.

“Mas, em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por meio daquele que nos amou”.

Pr. Daniel Paula